Bom, até conseguir
terminar toda a história do diagnóstico vou ficar interrompendo os relatos de
casos diários com uma busca histórica...
No último post sobre essa busca do diagnóstico (clique aqui para ler),
eu contei sobre a entrevista com a fonoaudióloga.
Ficamos desde essa
consulta em julho até setembro sem qualquer atenção profissional. Assistíamos a
falta de comunicação do nosso filho, o aumento das crises de birra, enfim,
víamos tudo, não sabíamos o que fazer. Até esse momento, achávamos que tudo era
culpa das viagens do meu marido, mas esse é o trabalho dele. Eu pensava que
precisávamos de uma indicação de um psicólogo pra nos ajudar com o nosso filho.
Em várias
comunidades, grupos, eu compartilhava a minha ansiedade sobre a fala do meu
filho. Todas as pessoas com quem eu conversava me diziam que esse era o tempo
dele e que minha ansiedade estava atrapalhando.
Até que um dia, em
uma comunidade do Orkut (Pediatria Radical), apareceu logo no início um tópico
chamado “Mãe de Criança do Espectro Autista”. A última vez que eu tinha lido
algo sobre o autismo eu tinha 8 anos de idade (muito tempo atrás...). Li boa
parte do tópico e identifiquei as características do meu filho logo no início.
Foi aí que comecei a ficar com medo. Segui lendo o tópico, que era enorme. Foi
quando disseram que o autismo é caracterizado pela tríade: falha na
comunicação, dificuldade de socialização e rotina (movimentos repetitivos). Eu
pensei: ” ah, meu filho não tem nenhum problema desses não... afinal, ele se
relaciona bem comigo e com o pai, com os avós, não tem as estereotipias... Ah,
meu filho é normal.” O tópico tem vários vídeos que eu não tive paciência para
ver na primeira vez.
Até que um dia,
tomei coragem e parei para ver os vídeos postados no tópico. Eles comparavam o
comportamento de uma criança neurotípica com uma criança autista. Quando eu vi
aqueles vídeos com carinho, em todos eles eu vi o meu filho. Eu estava sozinha
em casa (meu marido estava trabalhando) e eu caí no choro. Meu filho, autista?
Como? Mas o meu filho tinha boa socialização com a família, não era possível
algo assim. Chorei, chorei muito. Mas eu não sabia o que falar, com quem falar.
Estávamos sem pediatra, sem médico e só tínhamos médico marcado para daí a dois
meses. E, eu iria falar o quê? Que eu achava que meu filho era autista porque
tinha visto na internet? Eu não tinha a menor ideia do que fazer.
Meu marido chegou
e viu os vídeos também. Ele também reconheceu o meu filho nos vídeos ali
postados. Mas eu precisava confirmar a questão da socialização.
Passei então a
jogar no dr. Google os sintomas do meu filho: atraso na fala e birras
autodestrutivas. Só aparecia site sobre autismo. Não era possível.
Conversei com a
professora do meu filho na escola e ela confirmou: ele pouco se envolve com os
coleguinhas da escola, mas ela não achava assim tão diferente. Foi então que a
minha cabeça confirmou a suspeita. Só que eu não sabia o que fazer.
Com
a minha voz clamo ao Senhor; com a minha voz ao Senhor suplico.
Derramo perante ele a minha queixa; diante dele exponho a minha tribulação.
Quando dentro de mim esmorece o meu espírito, então tu conheces a minha vereda; no caminho em que eu ando ocultaram-me um laço.
Olha para a minha mão direita, e vê, pois não há quem me conheça; refúgio me faltou; ninguém se interessa por mim.
A ti, ó Senhor, clamei; eu disse: Tu és o meu refúgio, o meu quinhão na terra dos viventes.
Atende ao meu clamor, porque estou muito abatido; livra-me dos meus perseguidores, porque são mais fortes do que eu.
Tira-me da prisão, para que eu louve o teu nome; os justos me rodearão, pois me farás muito bem.
Salmos 142:1-7
Derramo perante ele a minha queixa; diante dele exponho a minha tribulação.
Quando dentro de mim esmorece o meu espírito, então tu conheces a minha vereda; no caminho em que eu ando ocultaram-me um laço.
Olha para a minha mão direita, e vê, pois não há quem me conheça; refúgio me faltou; ninguém se interessa por mim.
A ti, ó Senhor, clamei; eu disse: Tu és o meu refúgio, o meu quinhão na terra dos viventes.
Atende ao meu clamor, porque estou muito abatido; livra-me dos meus perseguidores, porque são mais fortes do que eu.
Tira-me da prisão, para que eu louve o teu nome; os justos me rodearão, pois me farás muito bem.
Salmos 142:1-7
Oi Juliana, estou passando por situação semelhante, suspeito que meu filho seja autista. Estou adorando o seu blog, está me ajudando, é bem esclarecedor. Obrigada por compartilhar suas experiências.
ResponderExcluirKaren
kpol3183@gmail.com
Karen,
ExcluirFico muito feliz em saber que meu blog está te ajudando... Tenho ainda que terminar de relatar como foi feito o diagnóstico do meu filho, tá? Prometo contar tudo em breve.
E, espero que você esteja bem assessorada no diagnóstico do seu filho. Pretendo também postar algo sobre como buscar o melhor diagnóstico (médicos, terapeutas, tipos de testes, etc), afinal, foi isso que me ajudou muito, muito mesmo!!!
Um grande abraço!!!
No amor de Jesus,
Juliane
Oi td bem, estou na mesma situação que vc relatou acima meu filho tem 3 anos e fico vendo videos reportagens e ate agora não tenho nenhum diagnostico preciso ele tem atraso na fala, e a socialização com os coleguinhas na escola é dificil, tem movimentos repetidos, mas porém é muito carinhoso, brinca de faz de conta, interage bem com a familia, não sei o que pensar o que dizer os exames neurologicos ficam prontos so mes que vem e minha ansiedade so aumenta, estou muito triste com tudo isto.
ResponderExcluirEliza,
ExcluirPrimeiramente, obrigada pela visita!!
Essa fase pré-diagnóstica é tensa mesmo...
Infelizmente o diagnóstico de autismo é basicamente comportamental, e aí, ficamos esperando exames que na verdade acabam dizendo que eles não tem nada...
Mas, vamos torcendo...o ideal é começar qualquer tratamento ao menor indício de suspeita... seja fono, seja TO, seja acompanhamento na escola...
Um grande abraço! Sucesso com o seu presente!!!!