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segunda-feira, 23 de novembro de 2015

A Estreia da Princesa no Coral Infantil


Como o tempo passa depressa! Há três anos, com a Princesa ainda na barriga, o Garotão fez a sua estreia no coral infantil. E hoje, eu passo pra contar a estreia dela...
Na verdade, não esperávamos que ela começasse tão cedo (sabíamos que ela é pra frente, mas não sabíamos o quanto!). Em nossa igreja, estamos ensaiando a cantata de natal, mas foi estabelecido limite mínimo de 4 anos de idade para cantar no coral. Mas, com o Garotão estudando a música em casa, no carro e, claro, com ela nos acompanhando nos ensaios, é claro que a Princesa já aprendeu todas as músicas.
Mas no domingo (22.11.2015 – Bem no dia do Ministro de Música), o coral apresentou uma das músicas da cantata no culto da noite. Um irmão da igreja, pegou a Princesa e a colocou lá na frente, junto com as outras crianças, já que ele já tinha visto que ela sabia cantar.
Resultado? Ela se colocou, bem ao lado do irmão, deu a mão pra ele e cantou a plenos pulmões! Batia palmas, dançava no ritmo e, claro, cantava! Não chorou, não se envergonhou. Simplesmente cantou.
Ah, lógico, tenho que falar do Garotão! Ele foi fantástico. Cantou, sem estereotipias, sem pular, sem que eu precisasse ficar ao lado dele. Ele simplesmente cantou. Lindo  né? Eu estou muito orgulhosa dele. Ele não precisou que nenhum adulto ficasse ao lado dele. Ele estava confortável lá na frente, cantando do jeito que ele sempre canta.
Dia 13 será a apresentação do musical. Até agora, a Princesa não está “escalada” para cantar, e o Garotão tem estudado muito para o Grande Dia. Estamos empolgados e em muita expectativa... Eu tenho verdadeira paixão pelo Ministério de Música e pelo tanto que a música é benção na vida das crianças. É aprendizado, é crescimento, é desenvolvimento e também, inclusão, e muito, muito amor! Segue abaixo a letra da música que eles cantaram:

João 3:16
Três dezesseis, João em Três dezesseis.
Pois Deus amou o mundo que o seu Filho deu,
E a vida eterna terá aquele que só nEle crer.
Sim Deus amou o mundo, seu Filho deu por mim.
E na Eternidade louvarei ao meu Rei!
Estou cantando, que em João, um texto lindo vou encontrar
Que fala de um Grande Deus, e de uma prova de Amor!
Estou cantando, que em João, Foi prometida a vida eternal
E o grande preço do Perdão vai ser pago afinal!
Três dezesseis, João Três Dezesseis!


*Aproveito essa estreia da Princesa para homenagear os músicos e ministros de música que passaram por minha vida: Tia Glorinha (hoje com Papai do Céu), Tia Noemi – da minha infância- Fabiane, Alzira, Marisa, Mazinho, Marcos, Wilzima, Kelli... Muito do amor pela música vem pelo que aprendi com vocês. Parabéns!*



segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Educação Inclusiva nas Escolas Particulares



O ano de 2015 está acabando e o nosso Garotão está saindo da Educação Infantil e segue agora para o Ensino Fundamental. Um grande passo, mas que veio com um novo desafio: a escolha da escola de Ensino Fundamental. A nossa primeira proposta é ir para a escola onde o Garotão é atendido no contra-turno. Mas, sabemos que esse plano não é garantido. Então, meu marido e eu fomos conhecer as escolas particulares mais próximas para elaborarmos um “Plano B”.  Eu sabia que não ia ser fácil, mas não sabia que seria tão difícil... Foram 5 escolas mais próximas e decepção com todas elas...

Não ligamos para nenhuma delas para agendar visitas, simplesmente aparecemos. Nosso contato primário foi com um funcionário da secretaria, e para todos já avisamos que nosso filho era autista e que precisava de acompanhamento individualizado.
Nenhum dos funcionários que foram nossos primeiros contatos respondiam sobre a questão da inclusão. Diziam que somente o pedagogo poderia responder as nossas perguntas e então, precisaríamos agendar um horário com esse profissional para sanar nossas dúvidas. Então, fazíamos perguntas como de sondagem para esses profissionais para tentar perceber o que eles sentiam em relação à inclusão, porque, no meu pensamento, se a educação inclusiva é política da escola, acredito que mesmo que as melhores informações sejam através do pedagogo, o pensamento desse primeiro profissional poderia dar uma visão do que a escola já viveu em relação a isso.

A primeira escola que visitamos foi ainda no ano passado. Conseguimos conversar imediatamente com a pedagoga. Mas, apesar de dizer que a escola já tinha tido alunos autistas (parecia que apenas um), ela não sabia como funcionaria se tivesse que ter acompanhamento individualizado. Não tivemos nenhuma informação mais sobre inclusão.

Eu tinha uma baita expectativa quanto à segunda escola que visitamos. Já escutamos relatos de alguns alunos autistas matriculados lá e até de funcionários. No primeiro contato para visita, a funcionária disse que teríamos que conversar com a pedagoga, mas que o ideal era conversar com a diretora, que era especialista em Educação Especial. Fiquei empolgada. Então, fiquei esperando um telefonema agendando um horário com essa pedagoga. Infelizmente, dias depois recebi o telefonema dizendo que a escola não tinha mais vaga para crianças especiais (Não sei se eles tem respaldo quanto a isso, ou se caberia uma denúncia, mas imagina enfiar o seu filho “goela abaixo” numa escola? Não me sentiria segura em deixa-lo lá sem minha presença... vai saber? Não gosto de climão...)

A terceira escola é uma escola pequena, bem perto de casa. Mas, a funcionária não sabia falar nada sobre educação inclusiva. Não sabia se já teve alunos e que só a pedagoga poderia explicar o que eu queria.

A quarta e quinta escolas que visitamos são de grandes redes de ensino. Aí, eu sinceramente esperava que a experiência com crianças especiais seria maior. Vamos lá.

A funcionária da quarta escola era novata. Nos apresentou as mensalidades e quando perguntamos sobre “inclusão e autismo” ela chamou uma funcionária mais experiente. Fiquei feliz e esperando que tivesse algumas informações sobre a política de inclusão da escola. Então, essa funcionária me chega cheia de apostilas e me fala que essas eram as apostilas que usavam. Eu tentando entender o que os livros tinham a ver com a inclusão (eu achava que o material didático era especial, ou coisa assim), aí descobri que ela tinha entendido “livros” ao invés de “autismo”. Eu e meu marido rimos baixinho. Então, a funcionária disse que somente a pedagoga poderia conversar conosco e ficou de agendar um horário para conversarmos. Tentei uma nova sondagem e ela respondeu que eles tinham alunos autistas. Aí, soltei: “é que meu filho precisa de acompanhamento individualizado”. A funcionária respondeu prontamente: “A gente não trabalha com isso aqui.” Bom, já tem quase um mês e ainda não recebi o telefonema agendando com a pedagoga pra eu tirar as minhas dúvidas.

A quinta escola também foi quase a mesma coisa, mas tive um sinal de esperança. Quem nos apresentou a escola foi a coordenadora de turno, e não uma funcionária da secretaria. Vi num painel um cartaz sobre educação especial. Então perguntei como era que a escola funcionava a educação especial. A coordenadora disse que já tiveram alunos especiais e que a turma poderia ter um estagiário caso a turma atingisse um certo número de alunos. Então, acendeu uma luzinha de esperança. E, para aumentar ainda mais a minha pontuação com a escola, naquela mesma tarde, a pedagoga me ligou. Então levei um balde de água fria: a escola não trabalha com acompanhamento individualizado. E, ainda questionou porque eu estava tirando o meu filho da escola pública. Depois encerrou a conversa dizendo: “nenhuma escola particular dará ao seu filho o atendimento que ele tem na escola pública. Ele está muito bem amparado onde está.”

Triste, né? Pelo que eu percebo, crianças especiais não são público alvo para as escolas particulares. Não somos alvos de propagandas. São cinco, seis escolas particulares fazendo suas propagandas na televisão e até agora, não vi nenhuma chamada com nenhuma notinha sobre inclusão. As vantagens que as nossas crianças teriam nessas escolas não são divulgadas como pontos positivos. Se a incidência de autismo na população é de menos de 1/100, todas as escolas com mais de 100 alunos deveriam ter pelo menos um aluno especial. Mas, a sensação que temos é que não somos desejados como clientes desse mercado. E, pelo que vejo em reportagens, para que tenhamos qualquer direito garantido, processos e advogados parecem ingredientes imprescindíveis.
Temos mais escolas nas proximidades, mas vou dar um tempo. Vou esperar. Meu filho tem vaga garantida numa escola pública, e junto com ele vou lutar pela qualidade dessa escola, como lutamos pelo CMEI. Sei que o “Governo” tem obrigação de oferecer aquilo que lhe é de direito e pelo que percebo, as escolas particulares se refugiaram nessa premissa. Ou seja: se o governo não dá, também não daremos.
E, aguardamos ansiosamente a hora da matrícula: o que nos espera em 2016?


“Por isso vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. E nem onde o Garotão há de estudar. Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo mais do que o vestuário e o Garotão mais que a escola?”

Paráfrase Mateus 6:25

terça-feira, 3 de novembro de 2015

Mães choram sim!

Hoje (03.11.15), minha filha resolveu brincar de ser minha mamãe.  E, como estávamos na clínica onde meu filho faz terapia,  tinha mães,  terapeutas e outros observando a brincadeira.  Em dado momento,   Princesa se machucou e veio chorando pro meu colo. Então ouvi a frase: "Chora não!  Se você é a mãe,  você não pode chorar! "
Imediatamente retruquei: "chora, sim, filha!  Mamãe chora sim!"
E logo veio uma nova resposta: "ah, mas não pode demonstrar fraqueza!"
Minha Princesa, vou te contar uma coisa e não deixem te convencer do contrário, principalmente se você for mãe.  Você já viu: Mamãe chora e as mães podem chorar e não precisamos esconder de ninguém que choramos.
Os motivos pra chorarmos são muitos,  desde porque chutamos a parede com o dedinho do pé,  até porque estamos cansadas e vocês resolvem que não querem dormir. Choramos quando vocês adoecem e a única solução é a oração. Choramos quando queremos dar o melhor pra vocês e nem sempre conseguimos. Choramos quando temos que sair e deixar vocês seja pra trabalhar e até mesmo pra nos divertirmos sem vocês.  Choramos quando temos medo do hoje e também do futuro. Choramos quando vocês tem as famosas "birras" e não conseguimos entrar em acordo. Choramos quando não somos a mãe que sonhamos ser e somos confrontadas com o sentimento de incompetência.
Choramos quando percebemos que esses momentos às vezes tão difíceis vão passar e vão deixar saudades.
Chorar não é fraqueza,  não podemos nos esconder porque estamos chorando.  Quando você chorar,  você vai ganhar um presente chamado "Abraço Junta Pedaço", que sem falar nada,  te coloca no lugar e te dá uma força inimaginável.  Chorar não te faz menos guerreira, mas levanta outras guerreiras pra te ajudar no caminho da maternidade.
E, minha filha,  quando você for mamãe e eu for vovó,  sempre que a maternidade te fizer chorar,  quero poder te dar um abraço que te ajude nos momentos mais difíceis e já oro para que Deus levante irmãs que também tenham o poder de te consolar.  E também que você nunca esqueça que o seu abraço tem o poder de juntar os pedacinhos de outras mamães...
Então,  filha,  seja livre pra chorar
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