A hora de Parar
Hoje o Garotão
teve consulta com a Neuropediatra. Foi o retorno após a parada em todas as
terapias. E, Graças a Deus! Depois dessa decisão tão diferente, a própria neuro
viu como que o Garotão está evoluindo!
No final do ano
passado, o Garotão chegou num nível de estresse que suas estereotipias e a
agressividade tinham aumentado muito. Tanto a escola como a neuropediatra
perceberam que a carga de atividades terapêuticas estava muito elevada. E a
decisão da família, com o suporte da neuropediatra, foi dar uma parada em tudo.
Todas as terapias.
Foram 2 meses sem
qualquer atendimento terapêutico. Quando as aulas voltaram, voltamos com a
fonoterapia, dessa vez, domiciliar. Logo no início, a própria fonoaudióloga
percebeu como o Garotão estava se desenvolvendo muito melhor. E, há um mês,
estamos retornando com a psicoterapia, usando uma linha bem polêmica quando se
fala de autismo.
E, os resultados
dessa mudança? Uma criança mais centrada, com melhor aproveitamento da
comunicação e interpretação de textos. Uma criança que está sendo trabalhada
como indivíduo, construindo sua identidade, percebendo que sua vida não é
apenas ‘”consertar” o que o autismo traz, mas que o Garotão é uma criança, que
tem suas dificuldades, mas é
simplesmente criança. Uma criança que já percebe que está nervoso, agitado e
que sabe que precisa respirar para esperar passar as crises. Sabe que precisa
parar até que suas emoções se reorganizem.
Na consulta, logo
a neuropediatra percebeu uma criança diferente que está acostumada a ver. Uma
criança que foi direto procurar os brinquedos e achou um cérebro e que já
queria brincar com ele. Mas, que quando ouviu que teria que tomar cuidado,
perguntou pelos brinquedos. Uma criança que passou toda a consulta sem
manifestar nenhuma estereotipia. E até mesmo a abordagem psicológica ela não
questionou, inclusive mencionou as vantagens que o Garotão teria com ela.
Concluindo a
consulta, a neuro reforçou o quanto é importante perceber que as crianças com
autismo são diferentes, e que cada um deve ter um acompanhamento diferenciado.
O quanto cada terapia é importante para cada fase da vida e o quanto precisamos
ter sensibilidade para perceber os limites das terapias e das crianças.
E eu fiquei muito
aliviada. Quando iniciamos essa tomada de decisão, o medo foi muito grande. Eu
tinha medo de estar fazendo a maior besteira da vida, medo de estar colocando o
Garotão numa situação de perda de habilidades. Hoje vemos que foi uma escolha
acertada, foi uma coisa de Deus tanto a percepção da família, o apoio da médica
e o cuidado dos terapeutas que vieram até aqui, e daqueles que estão conosco
nesse novo caminho.
Não devemos nunca
esquecer que cada criança com autismo é diferente, cada uma tem sua
necessidade, sua especificidade. Termos sempre a sensibilidade de perceber
nossa criança como um indivíduo que tem sua personalidade, seus desafios e que
o autismo é apenas parte, e não tudo!
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Que Papai do Céu te abençoe!!!