"Eu só estava o protegendo quando ele me mordeu", diz a estagiária.
Essa poderia ter sido a manchete do jornal da minha cidade há um mês atrás se os envolvidos nessa situação não estivessem comprometidos com a real inclusão. Eu nem ia relatar o fato, mas o que aconteceu há duas semanas na cidade de Belo Horizonte de acordo com essa noticia (Clicar aqui) me fez mudar de ideia.
Era uma segunda-feira e fui buscar a duplinha na escola. Primeiro peguei a Princesa (1 ano 5 meses) e depois fui buscar o Garotão - 5 anos 3 meses - (meu esposo estava trabalhando). Ao chegar na sala, tanto a professora como a estagiária queriam conversar. Então relataram que após a aula de educação física, o Garotão mordeu a estagiária. A estagiária entrou em detalhes. Segundo ela, o pátio estava mais cheio que o normal. Na hora de entrar, uma criança "trombou" com ele. O Garotão tentou se bater e ela tentou segurá-lo. Foi aí que ele a mordeu. Ela então me disse que achava que a reação dele foi por causa do pátio cheio, da trombada e por ela ser nova. Foi então que conversei com ela, com a professora e ensinei a forma de contê-lo sem que ninguém se machucasse. À tarde, levei o Garotão na psicóloga que também conversou com ele.
Num debate em um programa de televisão sobre o caso divulgado pela mídia, uma pergunta me chamou a atenção: " se o professor apanha de uma criança, só porque ela é autista, esse professor tem que sorrir?"
A minha resposta é: o professor pode escolher sorrir, mas antes disso, posso dar algumas dicas baseada na forma excelente como a estagiária que cuida do Garotão se saiu:
- Conheça o transtorno/deficiência com a qual está trabalhando. Ninguém é obrigado a saber tudo. Mas, no momento em que a situação se apresenta, nós temos condições de buscar o conhecimento.
- Tenha um bom relacionamento com a família. Se abra para ouvir a família, experiências, dúvidas, críticas e sugestões. Se você os escuta, a família também vai escutar e te compreender. E jogará no mesmo time que você.
- Conheça bem o seu aluno. Faça padrões de rotina e relacione à suas reações. Pode ajudar a evitar o extremo, como a agressão.
- Procure entender o que está acontecendo: isso diminui o reflexo de reagir contra a criança e aumenta a empatia.
- E, não se abstenha. Sabemos que a inclusão proposta pelo Estado não é a ideal, mas a família e, principalmente a criança, não são culpados disso. Lute junto. Abrace a causa... mas não despeje suas frustrações sobre a criança.
Não seja a manchete ruim. Seja a melhor marca na vida dessas famílias, que irão sempre lembrar de você com muita saudade e lágrimas nos olhos por terem sido amados
"Vede que ninguém dê a outrem mal por mal, mas segui sempre o bem, tanto uns para com os outros, como para com todos." 1 Tessalonicenses 5:15
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Obrigada pela visita!
Estarei respondendo aqui mesmo pelo blog, ok?
Que Papai do Céu te abençoe!!!