Depois de quase quinze dias, estou de volta
ao blog! Temos tantas novidades para contar, afinal, a chegada de uma Princesa
mexe com todo um castelo, não é?
Mas, eu quero contar primeiro como foi toda
a chegada da princesa. Quero contar todo o processo de reta final, pois quero
que muito mais que um relato, quero que mamães que estejam em busca de um Parto
Normal (PN) possam se identificar e até mesmo tirar suas dúvidas.
E, vou deixar o versículo que me guiou em
toda a reta final, que me deu forças... e não só o versículo, mas também a
minha paráfrase. Deus fez valer a promessa dEle em nossas vidas (clique aquipra ver como Deus falou conosco)
“Uns confiam em carros e outros em cavalos,
mas nós faremos menção do nome do SENHOR nosso Deus.”
Salmos 20:7
Minha paráfrase:
“Uns confiam em médicos, outros em
parteiras e outros em doulas, mas nós faremos menção do nome do Senhor nosso
Deus”.
Todo o processo da
preparação do parto começou com 39 semanas. Marido chegou quando fiz 38s5d e
aí, começamos a liberar um corrimento tipo clara de ovo. Na sexta, quando
completamos 39 semanas, perdi algo tipo cola, de cor amarronzada. Na consulta
seguinte, contei pra GO e ela falou que era o ‘sinal marrom’ e eu estava com
1cm de dilatação.
Quando completamos
40 semanas, na madrugada de sexta pra sábado, acordei de noite sentindo que
estava perdendo algo líquido. Levantei e não senti cheiro de urina. Coloquei um
absorvente pra ter ideia de quanto estava perdendo. Quando foi seis da manhã,
liguei pra minha GO e fomos para o pronto socorro. Chegando lá, a médica não
identificou perda de líquido, mas disse que havia a possibilidade de perda
pequena, pois a Princesa estava muito baixa, podia estar ‘rolhando’, levando a
perda pequena, eu estava com 2cm de dilatação. Fizemos ultrason, que não acusou
perda, mas identificou que a placenta estava ainda em grau II, o que, segundo a
GO, estava meio que ‘bloqueando’ o Trabalho de Parto (TP).
A única notícia
ruim dessa consulta de emergência foi a pressão que começou a subir. Estava
14/10. A médica me indicou repouso pois não queria entrar com medicação.
Ficamos até a consulta
de 4ª. Feira (40s5d) nessa perda esquisita. Eu estava com medo de estar
perdendo mesmo líquido, aos poucos. Na consulta, a GO também ficou em dúvida em
relação à perda e pediu para que eu fizesse uma ultra no dia seguinte, porque o
que estava sendo eliminado só seria visualizado diferença se tivesse um tempo
entre uma e outra ultrason. Então, marcamos a ultra pra quinta feira. Nesse
dia, dilatação de 2,5cm. Mas, também falou algo que me deixou muito feliz:
marcou a cesárea para o dia 26, que foi além do tempo que ela deu pro meu
filho: 41 semanas e 5 dias! Eu estava certa que ela estava fazendo tudo para
que o PN acontecesse!
Apesar disso, passei
a quarta feira bem deprimida, com medo do volume do líquido estar muito baixo e
ter que recorrer a uma cesárea. Chegamos em casa na quarta, marido e eu oramos
e entregamos novamente ao Senhor. Na quinta de manhã, acordei às 5h bem
deprimida e Papai do Céu nos deu uma música... Eu chorava toda vez que ouvia,
porque a música me convidava a confiar... Devia ser fácil, né? Mas, aí,
mergulhei de cabeça no Amor de Deus e guardei essa música:
“Quando eu não
entender, quando eu não o ver, nem sua mão perceber... Confiarei!”
E, aí, entreguei
tanto o parto (de vez!) e também o Congresso – Contei pra vocês que eu estava junto
com tudo isso organizando um Congresso Estadual de Jovens? Pois é... estava!
Fomos a ultrason na quinta e tivemos uma boa
surpresa: o líquido estava bom, a placenta ainda grau II (e a médica disse que
a neném ainda aguentaria mais uma semana). E, também um beijinho e um sorriso
da princesa.
Saímos da ultra e
fomos resolver um bocado de coisas relacionadas ao congresso de JCA que
aconteceria no sábado. Meu marido me deixou na casa dos meus pais (no caminho,
ele bateu o carro num meio fio muito alto, e eu dei um pulo e levamos um grande
susto) e foi pegar o carro da União Feminina no escritório. Meu pai foi buscar
o meu filho na escola.
Às 17h fui ao
banheiro e, o absorvente estava rosa. Esperei um tempo pra ver o que estava
saindo exatamente e vi sangue. Dei mais um tempo pra ver se escorria ou se era
alguma gosma. Fiquei preocupada e liguei pra GO. A médica mandou que eu fosse
imediatamente pro pronto socorro, onde iríamos nos encontrar. Meu maior medo
era que o sangue fosse por causa da batida que o meu marido deu com o carro.
Mas, aí, veio a situação: como? Meu marido na rua e meu pai com o meu filho
voltando da escola... liguei pro meu marido e mandei ele ir direto pro
hospital. Minha mãe ligou pro meu pai e
mandou ele vir rapidinho pra casa pra me levar pro hospital... Fomos pro
hospital, e meu marido já estava lá. A GO chegou, fomos pro consultório e...
3cm de dilatação e contrações a cada 5 minutos. A GO falou que o Trabalho de
Parto (TP) já havia se iniciado e que aquele sangue era o ‘Sinal Vermelho’!!!
Mesmo assim, ela
me mandou pra casa, dizendo que eu poderia ter um TP de até 20h, já que era o
meu primeiro parto. Me falou pra ir pra casa, curtir o Garotão, colocá-lo para
dormir, arrumar as coisas, contar as contrações e ligar pra ela por volta das
21h pra gente ir conversando. Voltamos pra casa com tranquilidade, e tentando
contar contração (minhas contrações ainda estavam indolores. Na consulta a GO
foi me mostrando para que eu pudesse identificar pra contar... mas eu sentir?
Necas!). Voltei pra casa da minha mãe pra comer, cuidar do Garotão, botá-lo pra
dormir e montar as bolsas para o Congresso de JCA. Às 21h, liguei pra GO e
falei com ela que as contrações estavam em média a cada 10 minutos. Ela então
disse que eu podia ficar tranquila curtindo a família, e que era pra ligar pra
ela quando as contrações novamente engrenassem a cada 5 minutos.
Ficamos então o
resto da noite montando bolsa, rindo, brincando a família toda: eu, marido,
Garotão, meu pai, minha mãe, minha irmã, meu irmão e minha cunhada. Coloquei o
Garotão pra dormir e disse que ia buscar a Emanuelle e que a gente se veria no
dia seguinte. Voltei pra sala e voltamos a montar as bolsas. Quando chegou por
volta das 22h30, minha GO me ligou pra me monitorar. Ainda contrações a cada 10
minutos, indolores e ela disse que o fixo e o cel estavam na cabeceira da cama dela.
Foi desligar o telefone que as contrações começaram a ficar dolorosas. A dor
vinha nas costas, como cólica menstrual, só que umas 10x mais forte e a barriga
endurecia. Se antes eu contava com o endurecimento da barriga, depois eu passei
a contar pelas dores mesmo... Então, enquanto colocava as coisas dentro das
bolsas do Congresso, eu me abaixava, resmungava um pouquinho e todo mundo me
olhava e ria... foi muito divertido!
Por volta das
23h30 eu não estava mais aguentando ficar na casa dos meus pais. Pedi meu
marido pra me levar pra casa pra tomar um banho quente. Foi chegar em casa que
as contrações engrenaram a cada 5 minutos. A minha GO pediu pra que eu ligasse
se ficasse 1h assim. Mas, eu estava com bastante dor, mesmo embaixo do chuveiro
quente e liguei pra GO, por volta de meia 0h45m. Chegamos no hospital, 1h da manhã. Tinha um
pai entrando com uma bolsa rosa logo na nossa frente. Fiquei triste porque
achei que ia ficar sem a sala de parto humanizado... mas descobrimos que a
menina teve que ir pra cesárea porque a bolsa rompeu com mecônio.
Então, entrei pra
consultar já na sala de parto (1h da manhã). Médica olhou: 4cm de dilatação e
falou com marido pra encaminhar a papelada da internação.
Até aí, estava
tudo super divertido. A parte da internação foi a parte chata. Eu não poderia
ficar lá dentro sem que a papelada do plano de saúde liberasse. Eu até podia
ficar na recepção do plantão obstétrico, mas não queria ficar longe do meu
marido. Fiquei então lá na recepção central por 1h30, esperando para liberarem
a internação. Nesse meio tempo, chegou mais uma gravidinha que teve que
procurar outro hospital porque não tinha mais vaga (nós pegamos o último
quarto! Coisa de Deus!). E durante essa espera, minhas contrações já tinham
engrenado pra 3 a 2 minutos e estavam muito dolorosas. Dureza foi ficar ouvindo
a atendente: “você não pode beber água! Vai passar mal com a anestesia!” “Se
sua GO sabia que você ia ganhar hoje, (oi???) porque ela não fez a pré
internação?” ô vontade de voar no pescoço!
Quando liberaram
pra gente entrar (2h30 da manhã), voltei pra sala de parto, 5cm pra 6cm de
dilatação, e a GO me ofereceu analgesia. Aceitei na hora. Acho que se eu não
tivesse ficado na recepção e tivesse ido pro chuveiro ou pra banheira, teria me
ajudado bastante a encarar, mas ter ficado lá fora, atrapalhou muito. Fiz a
analgesia e passei mal, quase desmaiei. Então, tive que entrar no soro. Logo
depois da analgesia, 8cm de dilatação e a bolsa rompeu. A analgesia não cortou
a dor, simplesmente reduziu a ponto de poder conseguir respirar entre as
contrações (eu nem isso tava conseguindo).
Durante as
contrações, a GO ia acompanhando os batimentos da Princesa... Ela estava
inicialmente com o dorso à direita, e a GO tinha explicado no consultório que o
TP poderia ser mais demorado porque a neném ainda teria que virar para a
esquerda antes de descer. E, durante o TP e o acompanhamento dos batimentos
cardíacos, ela ia falando: “Olha que lindo! Ela já está virando! Já está de
costas! Já está chegando com as costinhas pra esquerda!” Era emocionante ouvir
esses detalhes tão fofos!
Aí, a GO foi
perguntando o que eu estava sentindo e identificou o momento do ‘puxo’. Foi
massa! Mas, eu não conseguia me concentrar o suficiente para fazer a força do
‘puxo’. Aí eu disse que estava com vontade de fazer ‘cocô’ e ela disse: ‘se é isso que você tá com vontade, faz isso
então!’ Fiz, e parei pra respirar e a neném voltou. Ela me disse pra tentar não
respirar quando a vontade viesse de novo. E aí, me concentrei e fui lá pra
partolândia...
Ela anunciou que a
neném estava saindo a cabeça. A GO ia dizendo: “Ela tá vindo, olha que lindo!
Estou vendo o cabelinho! É muito lindo!” A impressão era que ela estava vendo
um primeiro milagre, e não um parto entre muitos que ela já fez.
Então, me levantei
pra ver e consegui ver o corpinho dela saindo também... que imagem linda ficou
na minha cabeça. O enfermeiro anunciou: 4h26. Não pude pegá-la imediatamente
porque o cordão era curto demais. Cortaram o cordão e colocaram ela no meu
colo... Que coisa mais linda, mais gostosa... Eu vivi tudo! Eu senti (quase)
tudo! Foi mágico, foi incrível, foi lindo! Infelizmente a pediatra pegou para
fazer as intervenções, alegou que a
neném estava com desconforto. Nesse meio tempo, a GO contou que a neném veio
com a mão na frente e saiu rasgando um bocado e que ela teria que costurar. A
neném foi pro bercinho pra aquecer e depois, ela voltou pra mamar... Ai, que
delícia, conseguir pegar a neném e amamentar! Poder olhar, mexer, segurar!
Depois, que ela estava de pancinha cheia, e com a pega perfeita, marido foi com
ela pro banho e chegou o meu lanche! Eu estava cansada e faminta! Comi com
grande apetite, uma hora após o parto. Logo a neném chegou e fiquei de dengo
com ela... só esperando a hora que as enfermeiras viriam pra me dar banho...
O banho foi tenso,
a pressão caiu e quase desmaiei. Mas dor? Necas! Fui pro quarto de cadeira de
rodas por causa da pressão, mas quando a minha irmã chegou eu já estava até
andando... isso era nem 8h da manhã.
Não foi um parto
natural humanizado, mas foi o meu parto. Teve intervenções? Sim, mas tudo me
foi perguntado e explicado. Infelizmente, o hospital que eu tive a Princesa
tinha um quarto humanizado, mas a equipe não estava preparada pra esse tipo de
parto. Não usei nada no quarto por causa do tempo que fiquei lá fora e por
causa da evolução rápida da dilatação (pra mim foi rápida. Minha GO falou que
eu podia ir até as 15h!). Estou feliz de ter vivido, de ter conhecido a dor do
parto, e principalmente de ter podido parir!!!! Parir é lindo demais!!!
Ah, essa é a
Princesa!